Marcapassos cardíacos são dispositivos eletrônicos implantáveis, com a finalidade de corrigir alterações do ritmo cardíaco.
Na maioria das indicações, é implantado após uma alteração do sistema elétrico do coração, tornando os batimentos mais lentos do que o mínimo normal, entre 50 e 60 batimentos por minuto. Neste caso o marcapasso emitirá pequenos choques, que são imperceptíveis ao seu portador, mas conseguem estimular o músculo cardíaco bastante para que seja iniciado um novo batimento cardíaco, e consequentemente o retorno ao bombeamento de sangue pelo coração.
Batimentos mais lentos que o normal, podem comprometer a quantidade de sangue que o coração bombeia para todo o corpo humano, podendo causar: tontura, cansaço excessivo, falta de ar, sonolência, desmaio e parada cardíaca.
Esses dispositivos são implantados embaixo da pele, normalmente na região peitoral, e se comunicam com o coração através de eletrodos, que são passados através de veias do corpo, até chegarem ao interior do coração. A quantidade de eletrodos poderá ser 1 a 3.
Desenvolvidos no final dos anos 1950, inicialmente eram do tamanho de uma máquina de lavar roupa e necessitavam permanecer ligados a energia elétrica, o que limitava muito a mobilidade do paciente. Mas atualmente são dispositivos que podem ser do tamanho de uma caixa de fósforos, com metade da sua espessura, e possuem baterias internas que permitem durar entre 8 a 14 anos.
O seu implante é feito na maioria das vezes com uma sedação e anestesia local, sem a necessidade de intubação, É realizado numa sala de cirurgia, com o auxilio de um aparelho de raio X, que permite o acompanhamento do trajeto que o eletrodo fará dentro da veia, até o local onde será posicionado no interior do coração, permitindo que os impulso elétricos façam o coração bater. Nesse local também serão colhidas diversas informações sobre o comportamento elétrico do coração através dos eletrodos.
Em média esse procedimento cirúrgico tem a duração de 30 a 40 minutos, e o tempo de internação entre 1 e 2 dois dias, na maioria das vezes num setor de internação que não seja de terapia intensiva.
Após a alta hospitalar, o paciente retornará à consulta médica em 15 dias, quando será realizada uma revisão da cirurgia, retirada de pontos, caso haja ainda algum, e por meio eletrônico, serão colhidas as primeiras informações registradas nas memórias do marcapasso, e realizados ajustes caso necessário.
Após esse período de pós-operatório, haverá a primeira consulta de controle do marcapasso aos 3 meses pós implante e posteriormente a cada 4 ou 6 meses.
Será solicitado um prazo de 30 dias após o implante, se evitado esforços grandes com os braços, evitando esforço com o músculo peitoral, sobre o qual o marcapasso foi implantado.
Após 30 dias, o paciente poderá ter vida normal, em relação ao implante, podendo haver restrições em função da sua idade, condições físicas ou de saúde.
Em relação à condução de veículos, estará liberada após 15 dias para condutores amadores e 30 dias para condutores profissionais.
Todos os marcapassos são sensíveis a estímulos elétricos que os pacientes recebam no corpo, interpretando com o retorno do coração a um batimento normal, deixando de estimula-lo ou interpretando com uma arritmia graves no caso dos desfibriladores. Incluímos nessas categorias choques acidentais, em fisioterapia, durante um exame chamado eletromiografia, e o uso de bisturi eletrônico durante cirurgias. O marcapasso tem que se preparado para tais ocasiões;
Outras situações a serem evitadas: detectores de metais de bancos e aeroportos, colchões com imã e torres de transmissão de microondas.
Exames de raios X e ultrassonografia são permitidos, mas para ressonância magnética, há necessidade de avaliação. Somes os aparelhos e os eletrodos mais modernos estão preparados, e há necessidade e uma programação especial, antes e após o exame.
Além da função de impedir a diminuição do número de batimentos do coração, existem marcapassos que possuem outras funções.
Além de marcapassos, esses dispositivos tem a função de tratar arritmias, que podem ser graves por serem equivalentes a uma parada cardíaca.
Eles liberam choques potentes, através de um eletrodo especial, com objetivo do retorno aos batimentos normais, podendo salvar vidas.
Esses dispositivos têm um tamanho maior do que os outros marcapassos, pela quantidade de baterias para suportar um tempo maios de vida útil, mesmo quando é necessário liberar choques com frequência.
Esses choques são programados para serem liberados quando a pessoa já está inconsciente. No momento do choque, caso alguém toque na pessoa sem luvas, também sentirá o choque.
Portadores de desfibriladores ou cardioversores, somente poderão conduzir veículos como amadores, após 1 mês do implante ou do último choque recebido.
Não é permitido a condutores profissionais continuem nessa atividade após o implante.
Ressincronizadores são marcapassos que possuem um terceiro eletrodo, e sua função e fazer com que todas as partes do coração se contraiam de forma sincronizada.
A indicação desse tipo de marcapasso, é para pacientes com deficiência de força no músculo cardíaco, que normalmente deveria bombear no mínimo 65% do sangue no interior do coração, só conseguem bombear menos do 35 %, pela fraqueza do músculo e por contração sem coordenação adequada, cabendo ao terceiro eletrodo sincronizar.
As recomendações para pacientes portadores de ressincronizadores são as mesmas para pacientes com os outros marcapassos.
Dr. Mauro Cosme Gomes de Andrade
Cirurgião Cardiovascular
CRM-MS 1766 RQE 513