Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde – as doenças cardiovasculares são responsáveis por 1/3 de todas as mortes de mulheres no mundo, o equivalente a cerca de 8,5 milhões de óbitos por ano, mais de 23 mil por dia.
A primeira causa de morte é o AVC (Acidente Vascular Cerebral) e a segunda é o infarto -, essa incidência vem crescendo entre as mulheres e a taxa de mortalidade por infarto é maior no público feminino. O infarto acontece em decorrência da oclusão arterial. Sem receber o sangue, o tecido não irrigado morre. Trata-se de uma doença traiçoeira, pois nem todos pacientes apresentam sintomas característicos e a sobrevida depende do diagnóstico e tratamento precoces.
Enquanto neles, a dor no peito é um sinal, elas se queixam de dor nas costas, cansaço, queimação no estômago e náusea e associam a crise a problemas gastrointestinais ou ortopédicos, retardando a procura do socorro médico
isso acontece por uma série de fatores. Nos últimos anos, a mulher vem ocupando grande espaço no mercado de trabalho, o que a leva a uma dupla ou tripla jornada de trabalho, considerando a sua atenção também com as tarefas domésticas e os cuidados com os filhos. Além disso, elas estão cada vez mais expostas a fatores de risco, como o uso de anticoncepcionais, tabagismo, álcool, diabetes e hipertensão, o que tradicionalmente não era comum
Uma das explicações refere-se ao menor calibre das artérias das mulheres, as placas ateromatosas tendem a fechar mais as artérias delas do que dos homens, o que faz com que a obstrução seja mais grave, tornando-as mais propicias a oclusões arteriais. O estrógeno tem função vasodilatadora, evita o acúmulo do LDL, o colesterol ruim, e facilita o HDL, colesterol bom. Mas, na menopausa, período em que as mulheres estão mais velhas e mais propensas a males cardiovasculares, o estrógeno apresenta queda progressiva e diminuição desse efeito protetor.
O que preocupa os médicos é que, diferentemente dos homens, as mulheres nem sempre percebem os sinais de que algo está errado. Um dos principais sinais de alerta está no colesterol. O bom, HDL, deve estar acima de 50 mg/dl. O mau, LDL, abaixo de 100 mg/dl e a pressão arterial não deve passar de 12 por 8.
aumento da incidência de eventos cardiovasculares na mulher é consequência do envelhecimento natural e do estilo de vida. outras condições negligenciadas pelas mulheres as transformam em vítimas potenciais, como o crescimento da obesidade, o descontrole do diabetes e dos níveis do colesterol, tabagismo, sedentarismo, o estresse do dia a dia e a pressão arterial elevada. A jornada tripla da mulher moderna aumentou o estresse e a ansiedade – fatores que também as deixam mais suscetíveis aos problemas cardíacos.
Com o envelhecimento, a pressão arterial e o nível de colesterol tendem a aumentar. A falta de atividade física e a dieta inadequada levam ao sobrepeso e à obesidade, que também aumentam o risco cardiovascular. A obesidade é um dos fatores de risco mais preocupantes, já que o número de mulheres obesas no Brasil cresceu 64% em 10 anos. Quando a mulher fuma e usa pílula anticoncepcional, os riscos cardiovasculares são triplicados.
Mesmo podendo acometer todas as pessoas em faixas etárias distintas, o infarto é ainda mais frequente em homens, a partir dos 55 anos, e nas mulheres, após 65.
O aumento das doenças cardiovasculares nas mulheres:
entre as brasileiras, 1 em cada 5 mulheres adultas está em risco de desenvolver doenças cardiovasculares;
o infarto em mulheres é mais fatal do que entre os homens;
no mundo, as doenças cardiovasculares são a maior causa de mortes entre as mulheres, com 8 milhões de mortes por ano. Este número é oito vezes maior do que o de mortes por câncer de mama;
apesar do alto risco, poucas mulheres visitam o cardiologista regularmente;
no Brasil, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as mulheres;
os sintomas das doenças cardíacas nas mulheres geralmente são diferentes dos sintomas nos homens. Quando o homem vai ter um infarto, costuma sentir uma forte dor no peito que irradia para os braços. Já nas mulheres é comum sentir náusea, fraqueza, dores gástricas e falta de ar – sintomas que podem ser confundidos com outras doenças.